A HISTÓRIA DOS IDIOMAS

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MANDARIM: A LÍNGUA DO DRAGÃO

O dragão asiático conquistou mercados e, dentro de 30 anos, será a nova grande potência mundial. Uma tendência que pode ser comprovada no interesse pela língua oficial da China, o mandarim, que se tornou objeto de estudo de mais de 40 milhões de pessoas ao redor do planeta. A estimativa da Câmara Brasil China é que, apenas esse ano, os negócios entre os dois países somem US$ 70 bilhões.

Por Juliana Tavares
Embora também possa ser relacionado aos incontáveis dialetos falados no norte e sudoeste da China, o mandarim é, hoje, considerado o idioma oral oficial da República Popular da China e um dos quatro idiomas oficiais de Singapura. O surgimento do termo, que em português significa alto funcionário chinês, seria atribuído às relações comerciais existentes entre portugueses e chineses no início do século XVII.Língua da família sino-tibetana, o mandarim, ainda que seja considerada a língua-padrão da China, disputa com a diversidade de dialetos espalhados por todo território do país. Apenas para se ter uma ideia, a diferença entre o mandarim e a segunda língua mais falada na China, o cantonês, equivale, por exemplo, àquela que existe entre o português e o francês.

O mandarim possui diferentes nomenclaturas pelo país. Na China Continental, por exemplo, o idioma é chamado de ‘pǔtōnghuà’, ou “fala comum”. Em Taiwan, é chamado de ‘guóyǔ’, ou “língua nacional” – o primeiro, portanto, sendo um dialeto de prestígio nacional e o segundo, utilizado como padrão legal, mais próximo ao chinês clássico. Já na Malásia e em Singapura, o mandarim é tratado de ‘huáyǔ’, ou “língua chinesa padrão”, e era utilizado pelas comunidades de chineses que viviam no estrangeiro para se referir aos diversos dialetos chineses em contraste aos idiomas locais. A escolha pela palavra mandarim para padronizar a variante do chinês foi uma decisão política carregada de simbolismo influenciada pelas tendências políticas da República da China (Taiwan) quando o uso do termo passou a diferenciar Popular e da República.

A escolha de três estilos ortográficos oficiais: Tradicional (usado em Taiwan, Hong Kong e pela maioria das populações de etnia chinesa no sudeste asiático, Austrália e Américas e Europa); Simplificado (utilizado na China e em Cingapura) e Reduzido (usado no Japão), também pretendeu facilitar a comunicação entre as diferentes etnias.

Mistérios do idioma e os desafios da tradução do mandarim

O mandarim possui oitenta mil caracteres, chamados de hanzis, dos quais sete mil são os mais usados. É, basicamente, uma língua tonal – ou seja, a entonação faz parte da sua estrutura semântica, razão pela qual a mesma palavra pode ter vários significados. Também é isolante e monossilábica, principalmente na variante escrita. As variantes faladas, por sua vez, costumam fazer amplo uso de palavras dissilábicas e polissilábicas. As raízes lexicais são, no entanto, todas monossilábicas.

A gramática é relativamente mais fácil que a de outras línguas: sem trocas de gênero e número, os verbos se mantêm imutáveis em todos os casos e em todos os tempos gramaticais. O que não significa que a tradução de documentos do mandarim para qualquer outro idioma seja simples. Isso porque o sistema de escrita chinês, em todas as suas variantes, é caracterizado pela ausência de um alfabeto. Os logogramas (ou símbolos) utilizados para escrever não transcrevem os sons da fala, mas significados que podem ser pronunciados de uma forma completamente diferente, de acordo com o dialeto utilizado. A complexidade e variedade de objetos a serem nomeados também fazem com que muitos deles sejam descritos por mais de um logograma, ou seja: colocados um ao lado do outro, diferentes caracteres geram um novo significado. Por exemplo, a palavra “computador” é representada com as palavras “eletricidade” e “cérebro”.

Outro desafio na tradução do mandarim, segundo linguistas, é a influência de outros idiomas, como o russo – pela proximidade dos países – e do inglês – por ser uma língua global. Se, por um lado, o estrangeirismo pode enriquecer o idioma, sobretudo se as expressões são importadas no momento em que tais objetos ou modelos não possuem nomenclatura equivalente naquela língua, a influência pode produzir erros, como o rompimento da estrutura de algumas frases – tornando o trabalho de tradução ainda mais complexo.

A necessidade de especialistas na tradução de um documento para o mandarim também se deve à transliteração dos caracteres chineses para as línguas que usam o alfabeto latino. Como cada padrão possui suas próprias regras de interpretação, pode haver inclinações sociopolíticas inerentes (por exemplo, preferência de dialeto, dominância da entidade política, seleção de um idioma formal). Entender qual padrão é apropriado para o público designado é crucial para uma comunicação adequada. A China, por exemplo, usa o Hanyu Pinyin, que se baseia na pronúncia oficial do mandarim e é parte do padrão de Símbolos Fonéticos do Mandarim das Nações Unidas. Já Taiwan usa oficialmente o Tongyong Pinyin, desde 2000.

Obstáculos do chinês: Por que é tão difícil aprender mandarim

Ideogramas

São cerca de 60.000 símbolos que representam palavras ou fonemas, sendo que atualmente são usados em torno de 10.000.

Usa-se o código Pinyin para transcrever os ideogramas para o alfabeto latino.

我们 明天 去

Estima-se que, para ler um jornal, é preciso conhecer ao menos 2.500. Uma pessoa culta consegue identificar entre 3.500 e

Os chineses são alfabetizados em Pinyin, depois aprendem os ideogramas

学校

5.000 ideogramas

tradicionais

Componentes

Não existem artigos definidos (a, o, as, os)

Preposições (de, para, por, sobre, entre…) raramente são usadas

Fonética

Uma sílaba pode ser pronunciada com até cinco entonações diferentes – o que altera seu sentido e aumenta as chances de mal-entendidos

Exemplo: mā (mãe), má (mato), mǎ (cavalo), mà (xingar) e ma (partícula interrogativa)